quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Para começar, uma reflexão...

E vai começar um novo ciclo, e nesse novo ciclo, temos que ter em mente o que realmente desejamos da nossa "missão".
Vezes penso, como vi naqueles que presenciei, que a nossa missão é maior que a transferência de conteúdos e de teorias... Uma grande verdade que me foi passada é que todas as descobertas vão nascer da minha capacidade de observar o mundo, da minha capacidade de julgar a importância de cada conteúdo que eu recebo e da minha capacidade de saber filtrar aquilo que eu julgo ser um caminho...
E isso só ocorrerá através das ligações que eu souber construir, entre eu, as demais pessoas e os demais seres que compõem o meio o qual eu me propus a conhecer.

Na realidade, o que quero dizer é que pegamos um solo virgem, em matéria de reais conhecimentos... Tanto eu como aqueles que se propõem a Educar para a preservação da Vida e do planeta, navegamos em algo novo. Eu, principalmente, nulo em experiências e vago em conhecimentos.  
 E é nesse solo que nós construímos o caminho que desejamos seguir, nele estamos a construir estradas, cujo destino é o bem comum.
Para isso, nos preparamos em conhecimentos, tecnologias nos são apresentadas e discursos nos são celebrados, com o intuito de que possamos traçar caminhos capazes de conduzir a nova sociedade que se constrói à descoberta de novas formas de agir e de usufruir dos recursos que nos são disponibilizados.

Crédito da imagem- Google.
O que realmente queremos para nossos jovens e crianças?
E não o pergunto só na questão ambiental, mas o que queremos para essa nova geração, em relação à participação social, à segurança, à saúde, à economia e trabalho? O que queremos para essa nova juventude, com relação à convivência, à cidadania, à política, à cultura, com relação à Vida?
Temos que ter em mente o quão degradante tem sido a nossa conduta com relação à tudo.
 Tudo o construímos, o que almejamos, o que reservamos para o nosso "bem estar" é fruto de alguma retirada. Escolhi o tema fotografo pelo simples fato de simbolizar um processo que todos nós conhecemos, a exploração, o consumo e o descarte. Creio que é justo compreender que a nossa forma de interação com planeta se dá dessa forma...
Exploramos recursos naturais para transformá-los em produtos dos quais pouco usufruímos... Exploramos o meio em forma de consumo, a sobreposição do homem sobre o planeta....

Crédito da Imagem- Google
Exploramos pessoas através do trabalho, do consumo, da fome e da miséria.... A sobreposição do homem sobre o homem.
 
Exploramos os recursos naturais e os demais seres vivos, através da modificação dos ecossistemas, dos habitats de diversas espécies de plantas e animais... A sobreposição do homem sobre a Vida...
 Temos que ter em mente o que desejamos da nossa missão, temos que observar o que ocorre ao nosso redor, o que construímos... Saber qual é a mudança que buscamos, a mudança que cobramos, a mudança que queremos que seja concretizada... E essa mudança não será feita por mim, não será eu a dar a receita, a dar os caminhos para serem seguidos, mas será, com toda a certeza, um caminho que só poderá ser traçado por nós, agentes que acreditamos na Educação... Professores, pais, alunos, voluntários, ativistas, pessoas comuns de um mundo comum... Há dois caminhos para seguirmos, o do conformismo e da aceitação de que essa realidade assistida hoje é normal, imutável e crônica, fruto do descaso de políticos e lideres, ou o caminho da construção de novos pensares, a partir da partilha de saberes, da proliferação de ações, da mobilização social em busca de novos rumos e novos ares. Podemos pensar a Educação Ambiental como uma ferramenta capaz de nos proporcionar a transformação da realidade atual, na construção cidadão mais sensatos, mais solidários, mais humanos... Fica feito o convite para a reflexão. Quais são os resultados que almejamos dentro da missão que nós escolhemos? 

Paz e luz à todos...

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Didática terrário.

Como última postagem de trabalho, em 26 de julho de 2013, apresentamos um tutorial de como construir um terrário.
Se bem feito, o terrário nos possibilita trabalhar o pensamento crítico de crianças e jovens através da exploração das ocorrências vivenciadas em trabalhos de conscientização e Educação Ambiental.
O terrário funciona como uma biosfera, e nele, o clima quente e úmido, favorece o desenvolvimento das plantas de forma que algumas das ocorrências descritas na teoria possam ser visualizadas de forma isolada...

O recipiente funciona como a atmosfera, retém gases e vapor de água. O clima externo refrigera o vapor de água que entra em contato com as paredes do frasco formando gotículas de água, que se assemelham à chuva.

Pequenas raízes iniciam um processo de quebra de rochas e a água que escoa pelo solo inicia uma dissolução de sais minerais. Micro organismos decompõem a matéria orgânica que também é dissolvida pela água... As raízes captam esse material que é transferido para as demais partes da planta, na construção de folhas, galhos e raízes.

Através da luz solar, o CO² liberado pela respiração dos microrganismos e da própria respiração da planta, é transformado em alimento para a planta... é através da fotossíntese que nossa biosfera se mantém viva, mesmo que lacrada.
Mas o bacana é que, mesmo lacrado, há uma possibilidade de existir perca de vapor de água para o meio externo, certo? Porém, no planeta Terra, a quantidade de água é sempre a mesma, ela não se perde. O que se ocorre é que pode haver uma variação na forma como ela se encontra disponível, em geleiras, no subsolo, nas nuvens, em rios e outros meios.
Como não houve nenhuma forma de irrigação, depois de 6 meses, perceberemos que nossa biosfera está seca, já não havendo água em quantidade suficiente em seu lençol freático... Será que toda ela evaporou através do lacre?
Claro que não... parte dela se perdeu da biosfera sim, através de pequenas frestas que ficaram. Variações de temperatura fazem com que exista uma dilatação de corpos, assim como também altera a pressão interna fazendo com que parte desse vapor d’água se perca da nossa biosfera... Porém, as nossas plantinhas também cresceram, e a quantidade de água existente em suas células também aumentou.

Nosso corpo é constituído, em grande parte, por água. Cerca 70% do peso de um homem é constituído por água. Nas plantas também é assim, quanto maior a estrutura corporal, maior será a quantidade de água que será retido em sua constituição.
O legal do terrário é que ele tende a ser sustentável em algum momento, e o conceito de sustentabilidade é bem compreendido quando a sua estabilização se dá por completo. Assim como na Terra, a quantidade de elementos existente dentro da nossa biosfera é única. Nada entrará e nada sairá dele, o limite de desenvolvimento desse sistema se dará a partir da limitação de espaço, da quantidade de material e do ciclo dos elementos nele contidos.
Para que não exista falta de água em nosso mini-bioma, eu acrescentei uma pequena quantidade de água. A tendência agora é que, a partir do momento em que os limites da nossa biosfera estejam consolidados, o fluxo de água, de nutrientes e de gases se faça constante, ou seja, a manutenção das suas condições se darão à partir das interações ocorridas dentro do bioma...
Raízes, plantas, solos, água, gases, temperatura e microrganismos passarão à interagir de forma que a estrutura existente seja mantida... Talvez seja essa a percepção que deveríamos ter nosso planeta, finito em limites de exploração e apropriação. Onde não dá para repor as águas que perdemos, onde não dá para extinguir espécies ou recursos, onde não dá para alargar os limites de seu território.
A quantidade de informações aqui contidas é mínima, se comparado à complexidade de temas possíveis de serem abordados nesse experimento. É possível fazer com que a prática educacional seja uma prática envolvente, que possa fazer pensar, capaz de construir saberes que venham a trazer novas formas de utilização dos recursos de nosso planeta. Mas não sou eu que irei fazer com que isso ocorra, não será os nossos governantes ou os grandes empresários e Corporações, não serão os estudiosos ou a população. Essa é uma tarefa que deve ser partilhada por todos, na união de esforços e na descoberta de possibilidades, na formação educacional dessa nova sociedade que almejamos.
 Para aqueles que querem, fica o convite... Vamos construir um futuro!
 Luz e paz à todos...