quarta-feira, 25 de abril de 2012

Formando uma área para produção de alimentos.

Um dos propósitos deste trabalho é a produção de adubo natural à partir do lixo gerado na instituição para conscientizar as pessoas de que este "lixo" só é caracterizado lixo devido à cultura humana de jogar fora aquilo que não serve mais à sua vontade, que não tem mais valor ou utilidade pessoal. Enquanto polui-se ar, terra e águas com a geração deste "Lixo", muitos dos alimentos são produzidos em áreas também já esgotadas, ou seja, nas cidades se polui pelo excesso de matéria orgânica nos solos dos lixões, lá, pela falta deles e sua substituição por fertilizantes e defensivos químicos.
A oportunidade nos sorriu através do desejo de reativação da horta na instituição, fato que nos levou a unir a produção de composto à produção de alimentos. Mesmo não havendo conhecimento prático na área da horticultura- minha área de atuação profissional  é o saneamento, em especial, o lixo, a qual pretendo me aprofundar- levamos á fundo a ideia de reiniciar a horta com foco na destinação do composto produzido.

nos primeiros dias, preparamos o solo e iniciamos uma semeadura de algumas variedades, tivemos problemas com a germinação das sementes destinadas à horta- não observação da validade ou condições da embalagem-  quando houve brotas suficientes para a manutenção dos canteiros. Em contrapartida, outra área foi semeada com feijões, milho, abobora e girassol, havendo desenvolvimento razoável- não foram usados adubos nos solos semeados- o que nos manteve confiantes nas possibilidades.

Compostagem dos resíduos da preparação de alimentos.

A compostagem é um processo onde a matéria orgânica se decompõem em condições semelhantes às ocorridas na natureza.
No nosso caso, a matéria orgânica originada na cozinha- restos da preparação de alimentos- é destinada à decomposição, agregada às folhas secas, resíduos da capinação, podas da grama do campo de futebol, galhos finos encontrados no local e terra de serrapilheira- terra preta originada sob restos de vegetação e lixo existentes no local antes da nossa chegada e que serão reduzidos à adubo.
 
A área já foi utilizada anteriormente para a produção de verduras, sendo então abandonada. Foram encontrados no local, grande quantidade de cascas de troncos e galhos secos que foram queimados anteriormente, além de um local onde eram depositadas cascas de coco, havendo grande quantidade de lixo e restos de queima. Nestes dois locais, foram parcialmente coletados os resíduos plásticos e objetos que foram destinados à coleta de lixo municipal. A grande quantidade de minhocas, baratinhas da terra e outros insetos presentes no solo nos permitiu a introdução de um pequeno minhocário, montado a partir de metade de um tambor de 200 litros acrescido de terra em seu interior, uma parte do solo preto encontrado sob a matéria orgânica em decomposição e grama. Grande parte da matéria resultante de podas, capinação e limpeza dos canteiros são acumuladas nestes dois locais para a manutenção da micro fauna restante sob a sua cobertura.
Todo o resíduo da preparação dos alimentos das crianças são destinados à compostagem, sendo que a sua variação é dependente do cardápio. São servidas três refeições diárias, sendo um café da manhã, almoço e lanche da tarde, a quantidade é também variável à distribuição de frutas, sendo que em alguns dias são coletados apenas 2 litros e em outros, essa quantidade pode chegar aos 20 litros.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Inicio das atividades.

Ainda na primeira semana, começamos a preparar a terra para a formação de canteiros. Como o foco é a compostagem, a utilização do produto final será revertido para a prodição de verduras, legumes e outros mais, em forma de plantio na área. Uma das dificuldades é encontrar os caminhos corretos, visto que minha formação é teórica, e somente com a prática será possível completar os trabalhos e avaliar as suas possibilidades, já que na literatura é fato a sua viabilidade.

Desde o primeiro dia, os resíduos da preparação dos alimentos estão sendo destinados para a produção do composto. No acumulado das seis semanas de atividades, foram compostados cerca de 140 litros de resíduos, temos um pequeno roçado de feijão, milho, girassol e aboboras, canteiros de rúcula, alface, almeirão, cenoura, beterrabas, pepino, quiabo, e couve. Várias foram as dificuldades para o início das atividades, que estão sendo superadas aos poucos. A falta de prática limita o desenvolvimento, mas a falta incentivo e motivação para a introdução do exercício de conscientização ambiental ainda é mais alarmante, visto que se faz presente as características de desmotivação e descrença da atual sociedade em nosso dia-a-dia. Nas fotos, as primeiras atividades em solo.  

Área das atividades pensadas.

Como acredito neste tempo de mudanças, investi parte do meu tempo na execução de atividades ecológicas. Cerca de duas horas diárias junto à uma instituição assistencial de Penápolis onde realizo um trabalho com foco em educação ambiental. Como não posso exercer a atividade de educador, por não haver licenciatura em minha formação- nível técnico- investi na tentativa de demonstrar as possibilidades através do voluntariado.
São muitas as dificuldades encontradas para engrenar as atividades, onde uma das principais é a falta de apoio, de pessoas que queiram realmente, fazer a diferença.

Como não se trata de uma atividade que visa a auto-promoção pessoal, a proposta não requer investimentos financeiros, mas a integração de conhecimentos e de dedicação, onde a única meta é disseminar um ideal de modificação do cenário atual. Conto com as postagens aqui inseridas para encontrar caminhos que me levem a abrir as portas para uma multiplicação das atividades e redução do estado de inanição dos atores capazes de investir na multiplicação desta ideia. Meu cantinho ecológico já foi multiplicado por 10, caiu para dois e hoje, me resta um que preciso manter. Temos ideias e vontade, nos falta os espaço para disseminar e multiplicar os as ações. Estou sempre à espera de contatos, pessoas que queiram realizar as atividades.
Nas fotos, a área em estado inicial, é aqui onde estamos realizando as atividades que pensamos.

domingo, 15 de abril de 2012

Conscientização ambiental.

O que podemos fazer, em um curto espaço de tempo, para modificar algumas das ocorrências da atualidade em relação à geração de lixo, em especial, a parcela maior da geração e que proporciona maior contaminação de recursos naturais?
Uma das alternativas está na compostagem dos resíduos orgânicos gerados pela alimentação da população para a produção de adubo. Mas, será que existe meios de se concretizar essa transformação por intermédio da ação política, da responsabilização exclusiva dos órgãos públicos instituídos, da maneira como acontece com as demais necessidades urbanas e da forma como se desenvolvem as descontinuidades limitadoras dessas ações?

sábado, 7 de abril de 2012

Degradação local com impacto global.

Em algum ponto do planeta, um homem é estimulado a produzir grãos. Desmata, lavra, semeia e colhe. Sua colheita abastece as cidades e finda a fome. O solo se enfraquece, tudo o que ele produziu em nutrientes foi retirado em forma de alimentos. Usa-se recursos químicos para continuar a produzir, leva-se a saúde do solo para as cidades, de modo constante.
Nas cidades, a alimentação gera rejeitos, parte é destinada aos esgotos, parte ao lixo. Se por um lado o solo morre por falta de nutrientes lá na cadeia produtiva, essa falta configura excesso na captação urbana, matando o solo por contaminação excessiva.
Assim modificamos a receita da Terra, em nome de nossa sobrevivência, transformamos flora e fauna naturais em vetores, em contaminantes, em desperdício, em ambos os locais distintos. Condena-se duas áreas e todo o seu conteúdo físico-biológico em função do prazer humano. Não são os grandes produtores, os governantes ou os moradores das áreas urbanas, os únicos responsáveis por tais situações, mas sim todo o conjunto com essa consciência egoísta e desarmoniosa, um conjunto com elementos nulos por nossas atitudes, perante os demais componentes que constituem a Terra.

A receita da Terra

A Terra e todos os seus componentes são produtos de uma receita única, acumulada e trabalhada desde alguns bilhões de anos passados. Nada que exista deixa de estar incluso nesta receita, onde os ingredientes se misturam e formam vidas, gases, paisagens. Ao mesmo tempo, paisagens, vidas e gases se findam, desmontam e voltam ao berço da criação, de forma pura, prontos para novas associações e variações materiais.
Assim a receita persiste quase intacta. muito pouco se perde para o espaço, muito pouco se agrega, tudo se encaixa e desencaixa formando a variedade infinita da qual pouco buscamos conhecer.
A espécie humana é a unica capaz de quebrar a perfeição da engenharia natural, quebra e manipula moléculas de forma desregrada em busca de um poder fictício, na busca da prosperidade econômica. Assim, amarga as consequências das mutações proporcionada à Terra, a escassez de materiais necessários a manutenção de seu poder e a abundância de rejeitos, os quais lhe consome o próprio direito à vida.

Um dia a Terra há de se transformar para a regeneração da sua receita original, isso se não formos capazes de compreender e reestruturar a engenharia que tudo transforma a partir desta receita única, se não formos capazes de nos deixar dominar pela força que provêm a vida à milhares de milhares de anos. Se cremos que um dia dominamos a Terra e sua engenharia, reconheçamos que fomos falhos e que nossa intervenção foi mutilante, condenando espécies diversas, recursos finitos e limitamos a nossa própria existência.  

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Educação ambiental voluntária.



O que propomos é uma educação para o entendimento do meio físico como conjunto vivo, formado pela existência mútua de atores e de atuações que constituem uma paisagem ocorrente no espaço urbano.
Todos os elementos existentes se completam, montam e desmontam uma receita única que proporciona a existência da vida. Nada é obsoleto na Terra, tudo se encaixa em proporções meticulosamente controladas por uma regra natural que favorece a sua existência.
O corpo humano é formado por diversas células diferentes, cada célula constitui um organismo vivo cuja população forma um tecido. Cada tecido contribui para a formação de um órgão do corpo humano, que por sua vez, faz parte de um aparelho que compõe o organismo humano.
A falta de qualquer órgão do corpo acarretará em limitações perante a sobrevivência de qualquer ser. O corpo se adapta às necessidades de sobrevivência perante à algumas ausências, em alguns casos as limitações existem, mas são aparentemente imperceptíveis, em outras, nem tanto.
Imaginemos a Terra, cuja constituição se assemelha ao esquema descrito anteriormente, como um indivíduo vivo. A nossa existência consiste na construção de algum tecido que favorece algum processo de manutenção da vida da Terra.
As limitações impostas aos processos de existência humana nas áreas urbanas são consequências das falhas ocorrentes no próprio processo de organização social. Somos um tecido falho na estrutura orgânica da Terra. Toda e qualquer enfermidade que nos afligi, acontece principalmente pela forma desorganizada pela qual nos propomos a coexistir em nossas funções, vistos como células que compõem um tecido do organismo terrestre.
Observando a paisagem urbana moderna, sua superficialidade consiste da aquisição de recursos oriundo de outros órgãos do conjunto Terra. As cidades são grandes centros de acumulo de recursos, extraídos de outros locais para a sua sobrevivência. Mas como dito anteriormente, a receita é única. Tudo o que sobra em um determinado local ou atividade faltará em outro.
A constituição da Terra como organismo vivo é dependente da redistribuição de seus elementos e de forma equilibrada. Nada pode faltar ou sobrar em determinado ponto de sua formação. Assim como no corpo humano, a falta ou excesso de hormônios, por exemplo, afetam o equilíbrio fisiológico do indivíduo.
Imaginemos a Terra como é, dependente de seus animais, minerais e de sua vegetação. A existência da Terra como ela é, está condicionada à alimentação, sobrevivência e interação dos seres vivos nela existentes- inclusive o homem- para a sua plena manutenção. Assim, a alimentação humana nos centros urbanos se origina na retirada de  componentes oriundos de outras constituições e em outros locais da Terra, limitando então a sua existência. Como a população humana cresce de forma desproporcional, sua alimentação atrofia áreas de cultura e suas sobras alimentícias constituem inchaços em determinados pontos do organismo terrestre.
Sendo que o homem exerce alguma função na fisiologia da Terra, sua existência consiste na mutação deste organismo, como um indivíduo que, por adversidade genética, concentrasse a recepção de nutrientes para a formação do seu crânio, limitando a sua distribuição para os demais componentes da sua estrutura. Neste caso, teríamos um indivíduo de aparência estranha, com cabeça desproporcional e demais membros atrofiados.
Assim se faz a existência da estrutura Terra. Cada parte da sua receita é proporcional a quantidade de componentes necessários. Nada deve faltar ou sobrar da engenharia natural que mantém a Terra viva e equilibrada e em constante transformação.
Embora se alinhe a educação ambiental aos aspectos naturais da existência do planeta e a ecologia externa ao artifício urbano, o homem e toda a tecnologia existente caracterizam uma mesma realidade ecológica, onde a sua exclusão do sistema natural implicou no atrofiamento das demais parcelas constituintes do conjunto, gerando incapacidades funcionais.
Assim, a educação ambiental deve configurar uma atividade para a reintrodução do homem ao contesto ecológico, como células de um organismo vivo maior do qual ele participa, em um sistema de dependência mútua. Sua introdução deve favorecer a informação do papel que o ser humano exerce dentro do organismo vivo que é a Terra, a educação deve agir como a identidade genética de cada célula humana, coordenando as suas funções no contesto de formação de um sistema, pressuposto para a regeneração dos tecidos sociais e ambientais de forma equilibrada e fortalecida.

domingo, 1 de abril de 2012

De uma volta em uma praça, repare naquilo que nunca reparamos, coisas simples, fotografe e crie um álbum, mesmo que suas fotos sejam como as minhas, nossa intenção e modificar o modo como vemos a vida. Busque ver aquilo que não vemos geralmente, ou não damos importância. Perceba o quanto somos, seres ecológicos, perceba tudo o que a natureza faz e o que não notamos, se estiver acompanhado, ame, seja amigo, seja família... Seja feliz e esqueça, por uma hora, seja feliz.




Bom passeio!

Utilizando o humos.

Em pouca quantidade, nosso humos não dará para grandes realizações, mas, naquele almoço de domingo... Pegue as garrafas de refrigerantes que foram desocupadas, corte duas aberturas em sua lateral e alguns furos ao fundo, introduza terra e humos o retirado da nossa produção, deixe sempre alguma quantidade no minhocário,  umedeça a terra e plante. Sugiro algo fácil, como morangos ou tomates silvestres. Converse com suas plantas e minhocas todas as tardes, elas não irão te criticar, te reprender. Aguarde os resultados e, se puder, registre as suas atividades, passo à passo.



Boa diversão!

Produzindo humos.

Arrume um recipiente de aproximadamente 15 litros, como extremidade superior larga. Fure o fundo à fim de escoar o excesso de água, coloque grama ao fundo, um pouco de terra comum e um punhado de grama seca.



Compre 20 minhocas e introduza no recipiente, umedeça todos os dias. Em pouco mais de um mês terá humos para criar vasos, e novos bichinhos de estimação. É fácil e não dá trabalho algum, nem cheiro e nem sujeira.

Uma hora do dia por nós mesmos.

Apenas uma hora por dia é necessário para que exista uma significativa mudança nos hábitos de qualquer pessoa e várias pessoas mudando seus hábitos por uma hora, podem mudar o mundo.
A receita é querer, ter vontade de fazer e de modificar.
Inicie com algo simples, chame seus pais, seus irmãos, seus filhos, um amigo ou amiga.
Inicie na varanda, no quintal, no jardim... Inicie, e não pare!
Todo dia um pouquinho, todo dia uma horinha... Fale de coisas boas, relembre alegrias, aprenda, ensina, viva este momento. Se desligue do modismo, ame a terra e a natureza, a vida e todos os seres que vivem, ame a si e aqueles que estão consigo. Vai ser fácil, mas se torna vício, um vício benigno, em viver, em amar em querer.